quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vocação Religiosa


“Feitos retumbantes não são para mim, que não posso pregar o Evangelho e nem derramar o meu sangue ...Mas isso que importa? Nos lugares certos os meus irmãos trabalham e cobrem minha ausência e de outras pessoas. Meu posto como “criancinha” que sou, é junto do trono real, amando pelos que combatem”. Santa Teresinha do Menino Jesus

São Geraldo era italiano e irmão redentorista (Congregação do Santíssimo Redentor, fundada por Santo Afonso de Ligório). Uma vez, ouvindo um devoto falar deste santo, ele me disse: “São Geraldo parecia uma mula, de tanto que sofria”. Santo Antônio era português e frade franciscano (Ordem Franciscana, funda por São Francisco de Assis), é Doutor da Igreja; sua língua ainda está intacta, pois a usava como espada na luta contra os hereges. Santa Rosa de Lima era peruana e dominicana (Ordem Terceira Dominicana, fundada por São Domingos de Gusmão), a primeira flor do Novo Mundo; padroeira da América do Sul. Muitos são os santos que possuíam a mesma vocação: religiosa.

A vocação religiosa está desde sempre presente na vida da Igreja. Para serem seus apóstolos, Cristo chamou apenas homens, mas as Sagradas Escrituras nos dizem que algumas mulheres O seguiam e O ajudavam com orações e bens materiais. Talvez seja esta a semente que mais tarde daria vários frutos na árvore das vocações religiosas: os monges, os eremitas, as ordens e as congregações.

Não podemos ver tal vocação como uma fuga deste mundo. Muito pelo contrário: quem a assume testemunha Cristo Jesus de uma forma radical, talvez muito mais que os demais. Estas pessoas entregam suas vidas totalmente a Deus, pois é a vocação do contraste: nosso mundo está marcado pela ganância, mas os chamados a viverem esta vocação geralmente fazem votos de pobreza; vivemos em um mundo marcado pela vontade própria, mas os chamados geralmente fazem votos de obediência; num mundo marcado pela luxúria escandalosa, e os chamados fazem votos de castidade.

Santa Teresinha do Menino Jesus se sentiu chamada ao Carmelo e ali teve a oportunidade de viver mais dentro do mundo do que muitos outros. Ela rezou tanto pelas missões que acabou se consumindo com o amor que sentia por Cristo, culminando em longos períodos de orações, depois foi declarada padroeira das missões.

Contudo, sabemos bem que tudo tem seu preço. Conversando com uma amiga que acabara de ingressar na Congregação das Irmãs Mensageiras do Amor Divino, chegamos a conclusão que alguém que se sente chamado a ser sacerdote encontra certa resistência por parte da sociedade (o “mundão” mesmo), mas esta ainda acaba o aceitando quando vê que não consegue virar sua cabeça pois sabe que ele viverá num meio secular e que as chances dele se perder são enormes. Porém, alguém que é chamado a ser irmão ou irmã é muito mais ridicularizado pelo mundo na maioria das vezes, pois este sabe que esta vocação exige uma vivência radical das virtudes católicas, o que faz aumentar cada vez mais o número de santos que seguirão este chamado.

João Carlos Resende

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