quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Onde está nossa esperança?

Quem nunca se indagou por Deus não atender este ou aquele pedido? Quem nunca

reclamou ao Senhor algo que queria? Muitas vezes até ensaiamos uma revolta contra Ele por não nos conceder aquilo que nossa fraqueza suplica. Mas este não é o caminho.

Ao passar por situação semelhante dias atrás, resolvi intensificar minhas orações para tentar obter uma resposta de Deus. E não é que o Senhor me mostrou a verdade? E ela é tão simples! Se Deus não nos concede algo que queremos é porque aquilo não seria benéfico a nós. Sabemos perfeitamente que Deus é um ótimo pai, e qual pai daria a seu filho um escorpião ou uma serpente para brincar? Não adianta; podemos passar qualquer um pra trás, menos Deus. Ele só quer o nosso bem, mesmo que a nossa pirraça fale mais alto que a nossa sensatez.

E aquilo de benéfico que pedimos ao Senhor e Ele parece não querer atender? É mais simples ainda. Será que pedimos com todo o nosso coração? Não adianta pedir ao Senhor sem esperança de que tudo vai dar certo. Cristo mesmo disse que se pedirmos com fé até mesmo uma montanha pode se atirar no mar (cf. Mc 11, 23); a fé não vê tamanho de obstáculo e sim a confiança. Sempre que começo a duvidar que o Senhor pode nos conceder algo lembro daquilo que disse Jesus aos cegos que O procuraram para serem curados: “Vocês acreditam que eu posso fazer isto?” (cf. Mc 9, 28)

Cristo é mesmo “avassalador”. Ele ainda hoje faz esta pergunta, mas agora a nós. Será que cremos realmente Nele? Aqueles pobres cegos não hesitaram: “Sim, Senhor”, e foram curados. Qual é a nossa resposta a esta pergunta do Senhor?

Sejamos sinceros, ao menos desta vez, pois sei que isto é difícil para o homem. Como diria o Papa Bento XVI, “somos como que cobertos de várias formas de sujidade, de palavras vazias, de preconceitos, de sabedoria limitada e alterada; uma múltipla semi-falsidade ou falsidade aberta infiltra-se continuamente no nosso íntimo” [1]. Mas façamos um esforço. Será que realmente confiamos no Senhor?

Apesar de não acreditarmos realmente Nele, Ele não desiste de nós em momento algum. Vale lembrar aquilo que Ele nos disse: “Vinde a mim vós todos que estais cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes aliviarei. [...] Sou manso e humilde de coração e vocês encontrarão descanso para suas vidas.” (cf. Mt 11, 28-29) Que presente o Senhor nos oferece!

Tantas vezes nos encontramos tão fadigados deste mundo, que realmente é horrendo, mas não sabemos onde procurar refúgio. Muitos procuram no álcool, no fumo, nas drogas, nos jogos e em tantos outros lugares que só geram a morte. Porque não aceitar este convite do Senhor?

Nunca deveríamos reclamar, pois não nos foi dado a conhecer o verdadeiro sofrimento, que só Deus conhece. Se nosso coração se abate com nossas fraquezas, desânimos e tantas outras coisas mesquinhas, imagine o quanto não se abate o coração de Deus, que é continuamente ultrajado por nossos pecados, cada vez mais terríveis. Diante de nossas quedas tem se tornado tão comum xingarmos, falarmos palavrões e fazermos tantas coisas deploráveis. Isso tudo apenas nos afasta mais ainda de Deus. Que tal se em vez de ofender mais Nosso Senhor, oferecêssemos nossos sofrimentos aos Corações de Jesus e Maria em reparação aos pecados que tanto os magoam? Com certeza deus veria tal ato como verdadeira oração, sincera.

Talvez não consigamos compreender certos desígnios divinos por nos faltar a humildade. Esta que teve de sobra o profeta Jeremias ao lamentar a destruição de Jerusalém: “Caiu a coroa da nossa cabeça: Ai de nós, porque pecamos!” (Lm 5, 16) Devemos ter esta humildade de reconhecer nossos erros e correr ao manancial de graças que é o Coração de Jesus e beber daquela fonte que nunca deixa de jorrar o mais sincero amor.

Procuremos colocar nossas aflições, tribulações, aflições, cansaço, tristezas, preocupações e tudo o mais nos braços de Maria. Certamente não nos faltará recurso, pois não há melhor advogada em lugar nenhum.

Jesus, eu confio em Vós!

[1] SANTA MISSA "IN COENA DOMINI", Quinta-feira Santa, 20 de Março de 2008

João Carlos Resende

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